Se nos últimos anos, os mercados dos países desenvolvidos passaram a valorizar a Responsabilidade Social Empresarial como parte do patrimônio dos negócios e indicador da saúde da empresa, nos países em desenvolvimento, ainda há bastante resistência para incluir esse trabalho no orçamento. Apesar de virtualmente todas as grandes corporações e empresas em posições de liderança em seu mercado considerarem a RSE parte essencial de seu negócio investindo grandes valores nesse trabalho, o termo costuma esbarrar em ceticismo e rejeição em grande parte das pequenas e médias empresas brasileiras.

Francisco Simões Pires, diretor da MASPLAM – Planejamento Ambiental, empresa especializada em análise e implementação de planos viabilidade ambiental e sustentabilidade, confirma essa dificuldade: “Quando vejo os avanços da área na Europa e na América do Norte, onde também estamos presentes, me convenço de que ainda estamos engatinhando. Enquanto lá a matéria já se tornou parte do plano de estudos de qualquer faculdade de administração e conteúdo aprofundado em cursos de MBA, aqui ainda há muito empreendedor que pense que responsabilidade empresarial ou é um luxo caro ou nada mais que propaganda ideológica.”

Sanjeev Gupta e Nidhi Sharma, pesquisadores indianos e acostumados às dificuldades de aceitação da RSE em países em desenvolvimentos, consideram-na uma ferramenta para adquirir uma vantagem competitiva no mercado. “O setor corporativo está repleto de exemplos de companhias onde práticas de RSE não somente as estabeleceram como empresas confiáveis, como também trouxeram benefícios aos negócios.”

Entre as vantagens citadas por Gupta e Sharma, estão a redução de custo e risco, aumento do faturamento, fortalecimento da reputação, desenvolvimento do capital humano da empresa e acesso facilitado a capital para investimentos. Simões Pires, no entanto, está bastante otimista em relação ao futuro: “É sempre assim com ideias novas. Quanto mais estudos comprovam o valor dessas medidas, menos resistência há. Notamos um avanço concreto e consistente, com sondagens e contratos que vêm tanto do setor empresarial quanto de prefeituras interessadas em resultados duradouros.