Um enorme vazamento do produto químico MCHM no último dia 10 deixou cerca de 300.000 pessoas do estado americano de Virgínia Ocidental sem água e despertou o debate sobre o papel de governo e empresas na prevenção de acidentes ambientais.

De um tanque da empresa de produtos químicos Freedom Industries vazaram mais de 25.000 litros de 4-Methylcyclohexanemethanol, também conhecido como MCHM, no rio Elk, na cidade de Charleston.

Segundo o jornal The New York Times, 300.000 pessoas despertaram na sexta-feira e foram informadas de que não podiam tomar banho, lavar louça ou escovar os dentes e, muito menos, tomar café, já que a água estava contaminada. Como consequência, bares, restaurants, hotéis, e todos os negócios que utilizam água tratada precisaram fechar as portas. As prateleiras onde se encontrava água mineral esvaziaram.

Apesar de a causa do vazamento ainda não ter sido identificada, o diretor do Departamento de Proteção Ambiental do Estado da Virgínia Ociental Mike Dorsey indicou que a empresa deverá ser responsabilizada: “É responsável e, por isso, responsável também pela limpeza”. O Governador da Virgínia Ocidental Earl Ray Tomblin reagiu prometendo avaliar uma regulação mais rígida das empresas que não produzem, mas estocam produtos químicos. O especialista em Direito Ambiental e sócio da MASPLAM – Planejamento Ambiental, Francisco Simões Pires, ressalta a importância de uma atuação preventiva: “Existe uma legislação ambiental e esta deve ser cumprida. Mas, ela está sempre mudando. Por isso, o mais importante é atuar preventivamente, propiciando uma mudança de comportamento e a adequação às normas antes de remediar.

Numa situação dessas, é importante comunicar com clareza com as comunidades envolvidas”. Justamente a comunicação da empresa Freedom Industries foi um dos aspectos criticados pelas autoridades americanas, já que o interesse de centenas de milhares de pessoas em receber informações confiáveis é de vital importância.