10 de Fevereiro de 2014
Empresas europeias lucram mais com planejamento ambiental
A União Europeia recém aprovou seu plano de redução de 40% de suas emissões de gases com efeito de estufa (GHG) até 2030. Os efeitos recaem sobre as políticas energéticas, indústria automobilística e, no fim, todos os consumidores. Neste contexto, as companhias europeias aprenderam a adaptar-se e, investindo cada vez mais em consultoria ambiental e gestão sustentável, passaram a ganhar dinheiro com isso.
Um grande exemplo desta tendência é o gigante do ramo de móveis e artigos para casa IKEA. A multinacional sueca que opera em 26 países investe em programas para um racionalizado dos recursos. Desde 2010, a empresa já economizou 40 milhões de euros apenas em eletricidade e se propõe a gerar mais energia renovável do que consome até 2020.
A estratégia “People and Planet positive” consiste em geração de energia eólica, foco em vendas de lâmpadas LED e o reaproveitamento de resíduos. Em todo o mundo, a empresa passou a utilizar paletes de papel em vez de madeira. Segundo a empresa, tratam-se de inovações que economizam dinheiro e fazem bem ao meio-ambiente.
Francisco Simões Pires, um dos sócios da empresa MASPLAM – Planejamento ambiental, não se surpreende com os números: “Além de garantir a conformidade ambiental e oferecer um trabalho preventivo, uma boa consultoria ambiental pode oferecer alternativas para um uso mais racional dos recursos e, inclusive, gerar lucros para a empresa”.
Outro exemplo é o da empresa de jardinagem Engels, da Alemanha que, perante uma concorrência forte e custos cada vez mais altos, decidiu acabar com os desperdícios de recursos naturais. O resultado: um modelo sustentável, redução de custos e um prêmio para a marca, que acabou gerando muitos outros clientes. “Um uso eficiente e sustentável da energia é ainda mais importante para se diferenciar da concorrência quando os custos sobem. Hoje usamos nosso sistema em toda a região e vendemos para vários estados”, diz Josef Engels.
“Na América Latina, muitas empresas ainda veem esse tipo de investimento como um gasto. Os exemplos da Europa nos mostram que há muito potencial para uma mudança de comportamento por aqui”, encerra Simões Pires.