O termo sustentabilidade tem sua origem na silvicultura e se refere ao uso racional dos recursos existentes. Em outras palavras, o desenvolvimento sustentável deve suprir as necessidades do presente sem comprometer a habilidade das gerações futuras em suprir as suas próprias necessidades.

Um dos países líderes em desenvolvimento sustentável e também considerado “campeão mundial” em logística a frente de 160 outras nações de acordo com o Índice de Performance Logística (LPI), a Alemanha não apenas se apresenta como um parceiro do meio ambiente, mas também como um eficiente líder nos negócios.

Desde 2010, a maior economia da Europa vem crescendo a mesma medida em que seu desenvolvimento logístico vem se tornando mais eficiente. Menor uso de recursos, custos mais baixos e grandes lucros em uma sociedade onde o salário mínimo mensal corresponde a cerca de R$ 6.500,00. Como é possível?

Em um país onde a população se mostra criteriosa na escolha de seus produtos e serviços, sempre buscando alta qualidade, preço baixo e uma origem considerada ética, constitui o caminho. Diante de um desafio hercúleo e quase impossível como este, tornaram-se extremamente popular no país germânico os conceitos do kanban e do lean manufacturing, tratando-se de sistemas popularizados por empresas japonesas e que almejam a redução de desperdício e custo.

Um Marketing Verde Lucrativo

Para sobreviver à competição externa em um mundo cada vez mais global e com atores internacionais capazes de baixar o custo de produção da maioria dos produtos e serviços, as empresas necessitam um composto de marketing muito forte, o chamado 4P. Parte desses elementos e a noção de uma logística eficiente na etapa de distribuição. Aqui, as empresas alemãs não medem esforços para entregar aos clientes a mercadoria correta, na quantidade e qualidade certa, no lugar certo e na hora certa.

De que serve uma entrega rápida, se os custos se tornarem astronômicos para a empresa e para o cliente? Ou, quem quer receber a mesma mercadoria pelo mesmo preço de um concorrente uma semana mais tarde?

Ademais, como logística envolve transporte de mercadorias ao redor do mundo, não é possível evitar emissões de gases e seu efeito no meio-ambiente. Igualmente, preço e qualidade costumam ter uma correlação muito forte a não permitem uma simples solução.

Francisco Simões Pires, Diretor da consultoria em planejamento ambiental MASPLAM, explica que a resposta a pergunta no início deste artigo não é simples, mas a combinação de uma série de fatores incluindo a mentalidade na empresa, sempre buscando otimizar todos os processos de logística e internos em si. “Na Alemanha, onde temos excelentes contatos e participamos de diversas feiras, cada empresa está preocupada em reduzir seus custos e sua chamada ‘pegada ambiental’ fazendo com que todos os seus processos sejam mais eficientes. A lâmpada LED, por exemplo, é mais cara; mas dura mais? Troca-se. Há um consumo de diesel muito alto? Descobrem-se maneiras de reduzir o tempo de gasto inativo ou as rotas utilizadas. A empresa gasta muito papel? Digitalizam-se os processos.”

O resultado final costuma ser uma empresa com processos enxutos, que é capaz de produzir/entregar mais e melhor por menos, causando menos impactos ao meio ambiente. E essa responsabilidade ambiental retorna em termos de mais clientes satisfeitos e uma imagem positiva, que os ajuda a bater a concorrência.



Texto de: Felipe Simões Pires